2/2/2017 - Campinas - SP
da assessoria de imprensa
Campinas (SP) tem atualmente 16 áreas de ocupação, segundo dados da Secretaria de Habitação. No cadastro da Companhia de Habitação Popular (Cohab) são 35 mil famílias esperando a casa própria.
Algumas aguardam há mais de dez anos por um imóvel. Sem dinheiro para pagar o aluguel, muitas delas optam por ir para essas áreas na esperança de ter um lugar para morar. É o caso do cuidador Jaime de Oliveira, que resolveu ir para ocupação do Jardim Capivari, que existe há oito meses.
É a primeira vez que o cuidador mora em uma ocupação. "Eu pagava R$ 1050 de aluguel, praticamente o meu salário era pra pagar o aluguel e a minha esposa trabalhava para a gente se manter, poder sobreviver, poder comer. Aqui foi a salvação para eu sair desse aluguel", afirma.
Segundo a comissão, são mais de 400 famílias. Tem rede de esgoto improvisada e a maioria das construções é feita com tábuas de madeira e está mobilhada.
Dez anos
A cozinheira Maria Nilva de Oliveira conta que teve medo de tomar a decisão de ir para a ocupação, mas explica que foi uma atitude desesperada de quem já encara uma longa espera na fila da casa própria.
"10 anos que sou cadastrada na Cohab e não chamaram ainda. Eles tavam dando preferência para área de risco", explica.
Mesma situação da cozinheira Eunice Borges. "Você ficar 19 anos numa fila de espera por uma casa, seus filhos casam, você já é vó, depois bisavó e nada dessa casa sair", desabafa.
As famílias que ocuparam a área e batizaram de Nelson Mandela fizeram um protesto na semana passada na tentativa de impedir a reintegração de posse e pedir providências para a Secretaria de Habitação. Eles caminharam do terreno até a Cohab.
Outra ocupação que começou em dezembro chamou a atenção. Ela ocorreu em um antigo hotel, no Centro de Campinas.
Espera da casa própria
Para reduzir a lista de espera pela casa própria, o secretário de Habitação, Samuel Rossilho, promete investir na venda de lotes.
"São lotes urbanizados já dentro do programa do credenciamento existe essa opção da família escolher por um lote, nós estamos buscando justamente isso. Estamos negociando com algumas empresas a possibilidade de lançarmos esses lotes o quanto antes", afirma.
Enquanto isso, a vizinhança no Mandela não para de crescer. "Se a gente sair daqui, ou a gente vai para o pátio municipal ou para a Cohab, embaixo da ponte tá lotado, a catedral já tá lotada de morador de rua. Já pensou pegar todo esse pessoal aqui e colocar lá também?", desabafa Eunice.
No entanto, tanto no caso do terreno ocupado no Jardim Capivari quanto do prédio no centro de Campinas, a reintegração de posse ainda não tem data para ocorrer. Na sexta-feira vai haver uma reunião entre a Prefeitura e o dono do terreno.
Sobre a Dogus Comunicação | Política de Privacidade | Receba Novidades | Acesse pelo Celular
Melhor Visualizado em 1200x900 - © Copyright 2007 - 2024, Dogus Comunicação. Todos os direitos reservados.