4/8/2017 - Campinas - SP
da assessoria de imprensa
No Dia Mundial da Cerveja, comemora nesta sexta (4), confira histórias de quem se apaixonou pela arte de transformar água, malte e lúpulo em cerveja.
No Dia Mundial da Cerveja, comemorado nesta sexta-feira (4), uma constatação: não foi só a história da humanidade que a bebida fermentada mudou. Assim como água, malte e lúpulo resultam em inúmeras combinações de estilos e sabores, muita gente transformou a própria vida ao descobrir a paixão por fabricá-la: da 'mama' ao médico!
Com mais de 50 anos, Cidinha Cappi, a 'mama', foi fisgada pela som do "tsss" ao abrir a garrafa produzida por ela mesmo. "Me deu uma alegria, eu abri um sorriso!"
Criadora de várias receitas sob o rótulo Mama Bier, a administradora de imóveis que virou fabricante de cerveja em Campinas (SP) garante que a melhor parte da produzir a bebida é bebê-la.
“Ah, quando a gente bebe a própria cerveja é um prazer imensurável”, confessa com um sorriso rasgado no rosto.
A motivação para entrar no mundo das cervejas artesanais começou durante conversas com a filha, ex-funcionária de uma grande cervejaria, e colegas dela.
"Sem ninguém saber me inscrevi em um curso de um dia e já voltei para a casa com os insumos para fazer minha primeira cerveja. As panelas foram encomendadas e chegariam em 20 dias. Não aguentei esperar e fiz no meu panelão de feijoada", lembra.
Lá se vão oito anos desde a primeira leva de 30 litros. Cidinha não parou mais. Receitas, tipos e quantidades foram testados todos os finais de semana.
"A primeira panela era de 32 litros, mas dava só 30 garrafas de cerveja que em uma reuniãozinha com amigos já acabava, então fui aumentando as quantidades porque um dia de trabalho e um mês de espera para acabar em poucas horas não valia a pena", ri.
Empecilho
Cindinha estava produzindo 100 litros por mês quando um câncer se colocou no seu caminho. "Não fiquei triste pela doença. Fiquei muito mal porque tinha que parar de fazer cerveja. O médico me proibiu de levantar peso".
Os filhos, incentivadores da mãe, decidiram se unir para ajudá-la na empreitada e automatizaram os equipamentos, mantendo a produção.
Por enquanto, apenas familiares e amigos da confraria da cerveja são os sortudos que degustam a Mama Bier mais frequentemente. A pale ale de gengibre, batizada de Ginger Ale, é que mais faz sucesso entre os rótulos da mama.
"A gente se reúne, cada um leva a sua cerveja e a gente experimenta e vê qual foi a melhor da vez. É muito divertido! Se você entra pra esse mundo você se apaixona. Eu ganhei muitos, mas muitos amigos mesmo. E acho que transformei um pouco esse mundo que era totalmente dominado pelos homens", confessa.
Na sua rotina de mestre cervejeira, Cidinha seleciona um dia inteiro para fazer todo o processo. “Nesse dia eu acordo cedinho e passo o dia fazendo a cerveja. No dia seguinte eu lavo todos os equipamentos e começo a acompanhar a fermentação por 7 até 10 dias, dependendo do estilo. E depois inicia a maturação, que são outros 20 dias. E a cerveja está pronta, daí é só engarrafar e apreciar!”, explica.
Tentativas curiosas
Tentativas de receitas não faltaram: desde a detox que levava couve, gengibre, abacaxi e goji berry (vencedora de um concurso) até as de erva cidreira, pimentas, jambu, figo, cocada com abacaxi e várias especiarias.
Desde 2009, Cidinha não parou de se aprimorar: dezenas de cursos estão no currículo da nova profissão. E ela vai começar o curso para se tornar, oficialmente, mestre cervejeira.
'Nerd da cerveja'
No mundo dos amantes e criadores de cerveja, há espaço para todos. Até para os 'nerds da bebida'. Eduardo Miquelino, médico radiologista do Centro Médico de Campinas, conta que a parte mais interessante é o processo fisicoquímico. “Gosto de controlar o PH, medir a densidade da cerveja”, explica ele que está neste hobby há quase 10 anos.
Miquelino se apaixonou tanto pelo assunto que construiu uma minicervejaria em um espaço de 25 metros quadrados nos fundos de sua casa. “Tenho o equipamento para fazer de 30 a 100 litros de cerveja, uma câmara fria e uma geladeira que eu adaptei com três bicos, a 'kegerator', com capacidade para três barris de 20 litros de cerveja”, enumera.
A paixão surgiu por acaso, quando ele estava na internet comprando cervejas especiais e deu de cara com um site que falava sobre fazer a própria gelada.
“Fiz um curso de um dia e comecei a produzir. Cada vez que fazia gostava cada vez mais. Hoje faço umas duas vezes por mês. Hoje, se você vier na minha casa, tenho 120 litros de cerveja. De cinco tipos”.
Apesar de não querer vender a cerveja que produz, os colegas cervejeiros afirmam que a bebida feita pelo médico é uma das melhores. Ele não concorda nem discorda, mas afirma que estuda o assunto. “Tenho aqui uma biblioteca com mais de 30 títulos e coloco em prática o que aprendo”, explica.
Seu hobby acabou contaminando colegas do hospital. Atualmente, cerca de 10 médicos, enfermeiros e técnicos produzem a própria cerveja. “Alguns deles são competitivos. Um deles acaba de me falar que ganhou medalha de ouro em uma competição”.
A escolha da próxima cerveja a ser produzida é por uma razão muito simples. “Faço a cerveja que estou com vontade de beber”, revela.
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