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20/10/2016 - Campinas - SP

Cinda discute papel da internacionalização




da assessoria de imprensa 

A internacionalização tem assumido um papel cada vez mais importante nas universidades de todo o mundo, mas este processo não deve ter um fim em si mesmo. Ele precisa produzir impactos positivos para as atividades de ensino, pesquisa e extensão, que por sua vez trarão consequências benéficas para toda a sociedade. A análise foi feita na manhã desta terça-feira (18) pelo professor Hans de Wit, do Boston College (EUA), durante o seminário internacional intitulado “Impacto da Internacionalização sobre a Qualidade da Educação Superior”. O evento ocorreu no contexto da 49ª Reunião da Junta Diretiva do Centro Interuniversitário de Desenvolvimento (Cinda), que prossegue até esta quarta-feira no auditório da Escola de Educação Corporativa (Educorp) da Unicamp.

Em sua conferência, Hans de Wit observou que a internacionalização não tem um modelo único que possa ser aplicado a todas as universidades indistintamente. Segundo ele, é importante que a política de internacionalização leve em consideração as especificidades de cada instituição e de seu entorno. Atualmente, apontou o especialista, cerca de 70% das escolas de ensino superior do mundo possuem ou estão desenvolvendo estratégias para se tornarem internacionalizadas.

Na opinião do docente do Boston College, antes de adotar uma política de internacionalização, as universidades precisam responder às seguintes perguntas: por quê?, como? e quais os impactos desse processo? Em seguida, disse, é fundamental que as instituições construam uma cultura da internacionalização, no sentido de envolver todos os atores da comunidade universitária (estudantes, docentes, funcionários e dirigentes) nesse esforço.

Ainda conforme Hans de Wit, embora seja muito importante, a mobilidade não deve ser entendida como a única estratégia para consolidar a internacionalização. “Adicionalmente, é preciso promover a internacionalização do currículo e utilizar de maneira mais efetiva as novas tecnológicas, que permitem a cooperação à distância entre diferentes culturas”, exemplificou. O desafio que se impõe, completou o docente do Boston College, é formar cidadãos globais, tanto no plano profissional quanto humano.

Caminho certo

O reitor da Unicamp, professor José Tadeu Jorge, que também responde pela presidência do Cinda, considerou que a palestra de Hans Wit aportou contribuições importantes para a melhoria do processo de internacionalização das instituições que compõem o Centro. “A palestra foi bastante esclarecedora, dado que o professor Hans é um especialista no assunto. Também foi importante ouvirmos que algumas das indicações feitas por ele estão sendo aplicadas no programa de internacionalização da Unicamp”, disse.

Como exemplo, o reitor citou a criação de um ambiente de internacionalização em sentido amplo na Universidade. “Não são apenas os estudantes e docentes que precisam participar de programas de mobilidade, mas toda a instituição tem que estar no mesmo ritmo, o que inclui os funcionários administrativos, técnicos e operacionais. Nós estamos fazendo isso há dois anos por meio do lançamento de editais que propiciam a oportunidade de internacionalização para todo o conjunto da Universidade”.

Outra questão importante abordada pelo professor Hans Wit, salientou Tadeu Jorge, foi que a internacionalização é que tem que definir os rankings e não o contrário. “A internacionalização tem que ser feita visando à melhoria da qualidade do ensino, da pesquisa e do relacionamento com a sociedade. Não temos que fazer a internacionalização porque isso ganha ponto em ranking”, pontuou.

Por fim, o reitor também analisou como significativa a recomendação do uso das novas tecnologias para a promoção de uma internacionalização virtual. “Nós ainda exploramos pouco esse tipo de recurso. É preciso estimular mais isso. É algo inovador e que está ao nosso alcance para colocar os nossos estudantes, professores e funcionários em contato com seus pares de outros países. Penso que isso pode contribuir para que aumentemos o grau de internacionalização da Unicamp”.

Livro

Durante a abertura das atividades desta terça-feira, foi lançado o livro em comemoração aos 45 anos do Cinda. De acordo com a María José Lemaitre, diretora executiva do Centro Interuniversitário, a obra traz aspectos da criação e da trajetória do organismo. “Este livro é resultado do esforço de todos os componentes do Cinda. Esperamos que ele sirva como uma base sólida à construção dos próximos 45 anos”, afirmou.

O Cinda é uma rede que congrega reitores de universidades da América Latina, Espanha e Itália. O Centro é reconhecido como organismo internacional não governamental pela Unesco. Foi pioneiro no estabelecimento de redes de colaboração entre as mais prestigiadas instituições de educação superior em seus respectivos países.



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