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12/1/2017 - Campinas - SP

Crise financeira afeta agenda cultural e pagamento de artistas em Campinas




da assessoria de imprensa 

Carnaval este ano novamente será suspenso, segundo a Prefeitura.
Secretário diz que perspectiva é pagar após recebimento de IPTU e IPVA.

A crise financeira afetou a programação cultural e deixou artistas sem pagamento em Campinas (SP). Como o orçamento da Prefeitura foi guardado para serviços essenciais no ano passado, segundo o secretário de Cultura, Ney Carrasco, apenas após o recebimento de impostos no início de 2017 é que será possível começar a quitar as dívidas. Além disso, o Carnaval novamente será suspenso como no ano passado.

"A gente não gastou absolutamente nada no fim do ano que não fosse despesa obrigatória, ou seja, salário, conta de luz, água, telefone, enfim, isso é obrigatório. A nossa perspectiva é pagar no início do ano, porque a dívida não é só com eles, a dívida é com vários fornecedores da Prefeitura que ficaram com o pagamento muito atrasado por falta de recurso", explica.

A produtora cultural Cassiane Tomilhero, que organizou eventos musicais no município, afirma que os artistas estão se receber desde fevereiro do ano passado.

"Não pagou nada desde fevereiro. Tem os contratos do Fundo de Investimentos Culturais (Ficc) que é lei e não foi pago nenhum dos 76 projetos. E tem os shows e espetáculos que já foram realizados e também estão sem pagamento", reclama.

Entrada de recursos
Ainda segundo o secretário, a Prefeitura depende da entrada de recursos como Imposto sobre a Propriedade de Veículos Automotores (IPVA) e Imposto Predial e Territorial Urbano (IPTU) para realizar o pagamento dos artistas.

"Não é assim que a gente não queira pagar ou esteja priorizando alguém. Ninguém tá recebendo, entendeu. Então, o que a gente tá com esperança é que com a entrada agora de IPVA e IPTU, que é o momento que enche o caixa, a expectativa da secretaria de Finanças é pagar todos os fornecedores e aí os artistas estão no meio", pontua.

O secretário confirmou que além de artistas do Festival Internacional de Teatro de Campinas (Feverestival), os projetos do Ficc ainda não foram pagos porque aguardam recursos. "Para complementar o dinheiro para pagar o Ficc", ressalta.

Carnaval
Além da falta de pagamento, 2016 também foi marcado pelo cancelamento de eventos. Para economizar, Campinas suspendeu os festejos do carnaval de rua. A festa estava orçada em R$ 1,3 milhão.

Com a suspensão, não foram realizados os desfiles das escolas de samba, nem trios elétricos e outras apresentações culturais. A Secretaria de Cultura apenas ofereceu apoio de estrutura de banheiros e segurança para os blocos organizados pela população.

O secretário explicou que este ano, novamente, a festa não será realizada.

"Vai ser igual ano passado. Já assumi ano passado, porque para organizar o carnaval em outubro teria que estar mexendo os pauzinhos e não tinha dinheiro [...] Não haverá aquele carnaval onde a Prefeitura aluga palco, arquibancada, cercamento e segurança, que tem um custo muito alto", revela.

Outros cancelamentos
No ano passado, inclusive, a Prefeitura anunciou que as apresentações da Virada Cultural Paulista seriam canceladas por problemas financeiros para montar a estrutura do evento, que estava estimado em R$300 mil.

Além disso, não houve investimento em decoração e eventos natalinos no município e a data só não passou em branco porque a data foi "terceirizada" para parceiros.

Eventos em 2017
Ainda segundo o secretário, em 2017, a meta continua sendo reduzir custos, mas isso não significa deixar de fazer eventos.

"Então, se você olhar, não teve, por exemplo, todo o ano tinha um grande show de artistas da música popular com a orquestra e ano passado não teve por cautela, mas ocorreram dezenas de shows pela cidade, pela Estação Cultura, pela concha mais baratos", afirma.

No entanto, serão eventos mais baratos, complementa Carrasco. "Nosso plano é tocar normalmente o ano. [...] A gente só vai ter que diminuir o custo. Então, aquilo que custava R$ 10 vai custar R$ 5, mas a gente não vai deixar de fazer. Então nossa diretriz esse ano é essa, produzir muito, tentar manter o mesmo quantitativo e não reduzir a parte de formação", finaliza.



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