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4/7/2018 - Campinas - SP

Prefeitura inaugura nova estação de transferência de lixo em Campinas




da assessoria de imprensa

Área foi preparada para evitar contaminação no aterro, mas lixo de Campinas continua sendo enviado para Paulínia. Prefeitura aguarda liberação judicial para operar no Delta A por mais dois anos, e economizar R$ 100 milhões.

Uma nova estação de transferência do lixo coletado em Campinas (SP) foi inaugurada nesta terça-feira (3) com a promessa de evitar contaminação no solo do aterro Delta A, área inoperante devido a pendências judiciais e por ter atingido sua capacidade máxima há quatro anos. A estação prevê melhorias na condição do aterro, e a Prefeitura espera conseguir reativar sua operação por mais dois anos.

A administração municipal vem tentando readequar e reativar o aterro sanitário desde 2015. O secretário de Serviços Públicos Ernesto Paulella afirma que não há mais pendências da parte da administração municipal junto à Companhia Ambiental do Estado de São Paulo (Cetesb) para que isso ocorra.

 "O promotor disse que tinha pendências para a regularização do Delta. A Prefeitura mostrou para o juiz, provou inclusive com documentos da Cetesb, que não há pendências. O juiz não decidiu ainda. Não tem prazo", afirma o secretário.

O G1 procurou o Tribunal de Justiça de São Paulo para saber se há novidades e um prazo no processo, mas não teve retorno até esta publicação.

Atualmente todas as 1,5 mil toneladas de lixo recolhidas por dia em Campinas são levadas para o aterro Estre, em Paulínia (SP), mas, antes, passavam por uma área de transferência provisória, localizada no próprio Delta A, onde resíduos eram depositados sobre o maciço do lixo, sem proteção.

"O que muda é que agora vamos fazer a transferência de forma adequada tecnicamente e sem contaminar o maciço de lixo. Agora tem tratamento de chorume", diz Paulella.

Nova área de transferência

Na nova estação, de 20 mil metros quadrados, foram investidos R$ 905 mil, e ela passa a acolher imediatamente o lixo domiciliar e o lixo público (proveniente de varrição de ruas, restos de vegetação e outros).

A área recebeu pavimentação asfáltica, barreira vegetal, muro de arrimo, drenos de captação e reservatórios de chorume, o líquido gerado da decomposição do lixo.

Na logística, os caminhões da coleta de lixo transportam os resíduos para a área de transbordo no Delta A onde fica por 12 horas - e não mais 24 horas como na área antiga. O chorume é drenado, coletado e encaminhado para as estações de tratamento de esgoto da Sanasa.

Antes da transferência para Paulínia, o lixo é pesado em balanças. Essa adequação sanitária evita a contaminação do aterro, segundo a administração municipal. Também facilita o trânsito de caminhões e o armazenamento de sacos de lixo, para evitar que aves sejam atraídas para o local.

Delta A inoperante

O aterro sanitário começou a funcionar em 1993, quando recebia cerca de 500 toneladas de lixo domiciliar por dia. Em 2014 atingiu a capacidade máxima e foi fechado.

Um ano antes, a Prefeitura havia elaborado um projeto de uma Parceria Público-Privada (PPP) para reestruturar o sistema de tratamento dos resíduos sólidos da cidade, em conformidade com a Política Nacional de Resíduos Sólidos, mas que não foi concluído.

Por isso, fez uma licitação e selecionou a empresa Estre para passar a receber o lixo de Campinas. O contrato é de cinco anos e teve valor estimado, na época, de R$ 33,9 milhões por ano. Atualmente, o custo anual é de R$ 48 milhões.

Em 2015, um novo projeto da Prefeitura planejava a reativação do Delta A por mais três anos. Em 2016 a Cetesb autorizou o uso da área - a sétima sobrevida do aterro -, mas o Ministério Público questionou e exigiu adequações. Nesta terça-feira, o secretário de Serviços Públicos afirmou que não há mais pendências e que a reativação do aterro depende da decisão na Justiça.

"O contrato de Paulínia é de cinco anos e nós já estamos no quarto ano. Tem mais um ano ainda para renovar. Se a Justiça liberar, cessa o contrato", afirma Paulella.

Segundo o secretário, se a cidade voltar a usar o Delta A para depositar seu lixo pelos próximos dois anos, a economia para a Prefeitura seria de aproximadamente R$ 100 milhões no período, pois deixaria de levar todos os resíduos para o aterro de Paulínia.

 



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