17/5/2018 - Campinas - SP
da assessoria de imprensa
Unicamp reduziu em 12,4% a previsão de déficit orçamentário para este ano, segundo projeção feita pela Assessoria de Economia e Planejamento (Aeplan). A variação representa R$ 33,9 milhões a menos na folha, mas a universidade admite risco de zerar a reserva estratégica em 2019 diante do quadro financeiro instável do país. Em março, o valor disponível em caixa era de R$ 570,4 milhões.
A primeira revisão orçamentária, apresentada durante discussões do Conselho de Orçamento e Patrimônio (COP), indica que a projeção do saldo negativo no exercício foi de R$ 272,3 milhões para R$ 238,4 milhões, sem considerar eventual reajuste salarial para os trabalhadores até dezembro.
O reitor, Marcelo Knobel, explica que os indicadores refletem avanços da economia nacional durante o primeiro bimestre, e medidas adotadas durante o primeiro ano da gestão dele.
"Nos dois primeiros meses do ano, principalmente, a economia deu uma melhoradinha, depois voltou a piorar, está um pouco instável, mas isso representa um pouco mais de repasse para a universidade. Depois, os cortes e medidas que tomamos no ano passado começaram a fazer efeito efetivamente agora [...] É uma mistura das duas coisas. Deu uma reduzida no déficit, e nossa expectativa é conseguir trabalhar mais para diminuir até o fim do ano", avalia.
Durante 2017, a universidade decidiu elevar o valor cobrado no bandejão - aprovado com uma faixa de isenção aos que têm renda familiar per capita interior a 1,5 salário mínimo; corte de 30% nas gratificações para docentes e funcionários; fim do duplo salário para integrantes da "cúpula"; suspensão de concursos; revisão de contratos; além de congelamentos em salários e contratações.
Além disso, outro fator que contribuiu para elevar o "fôlego" da instituição, destaca Knobel, é o repasse de recursos ligados aos royalties do petróleo. Ao todo, foram R$ 7,5 milhões no primeiro trimestre, e o total deve chegar a R$ 36,7 milhões até dezembro. A primeira revisão orçamentária será votada pelo Conselho Universitário (Consu), órgão máximo de deliberação, em 29 de maio.
O reitor afirma que a universidade não estipulou meta para reduzir o déficit até dezembro, mas indica que novas iniciativas serão buscadas para mudar o quadro. O saldo negativo acumulado chega a R$ 800 milhões e foi acentuado nos últimos quatro anos, por causa da crise no país.
A principal fonte para financiamento das atividades da instituição é obtida por meio do repasse de valores arrecadados pelo estado com o Imposto sobre Circulação de Mercadorias (ICMS). Atualmente, ela recebe 2,19% do montante total contabilizado pelo governo paulista.
"Sabemos que não vamos conseguir zerar, mas o quanto menos melhor. A meta é jamais passar do que está previsto no orçamento [...] Felizmente a Unicamp tinha um caixa para aguentar essa situação. Nossa preocupação é que este saldo está acabando, certamente não será neste ano, mas há um risco efetivo no ano que vem. Isso representa uma preocupação importante."
Segundo ele, o que antes era considerado "reserva", hoje é chamado de saldo em conta, porque é justamente o montante ainda disponível. Em março, o valor indicado era de R$ 570,4 milhões, dos quais devem ser descontados R$ 7,9 milhões de "restos a pagar" do ano anterior, e outros valores.
"A meta é nunca ficar abaixo do valor da nossa folha de pagamento", frisou Knobel. De acordo com a Aeplan, o provisionamento de um mês gira em torno de R$ 170 milhões - incluindo aproximadamente 8,5 mil servidores técnico administrativos, e 1,8 mil professores.
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